Educador destaca tecnologia no aprendizado em Maceió

O que fazer e pensar diante de uma palestra sobre educação para o futuro que questiona os métodos tradicionais de ensino que conhecemos até hoje? Quando afirmações de um dos mais importantes pesquisadores de educação e pedagogia, Jean Piaget, são colocados em xeque? “ A gente constrói em cima”, resume o responsável pela polêmica, Conrado Scholochauer, embaixador da Singularity University no Brasil - instituição que tem sede no Vale do Silício, dentro da estrutura da Nasa (a Agência Aeroespacial dos EUA), onde são estudadas tecnologias com alto potencial de crescimento, como robótica, biotecnologia e nanotecnologia.

Na abertura da segunda edição do Seminário Conhecer, que ocorre em Maceió, na capital alagoana, até o próximo dia 16, Scholochauer provocou risos, suavizou o clima protocolar, mas também fez muitos rostos franzirem diante de suas provocações. “Antes, a gente achava que ia aprender até os 25 anos, e o que muda é percebermos que é um processo de aprendizado constante e ainda temos enorme acesso à informação”, ressaltou. Já nas primeiras palavras, o empreendedor em educação afirmou que a tecnologia que muda constantemente a forma como nos comunicamos e comportamos mostra agora reflexos diretos na aprendizagem.

“Nosso objetivo não é educar, é promover aprendizagem. O foco não é o educador, mas quem está aprendendo. Aprendizagem é colocar o conhecimento para fora, de uma forma melhor”, alertou. Para Scholochauer, ainda há a cultura “videogame” em relação à educação, em que se cobra a “passagem de fases” em vez de celebrar o aprendizado real. “Temos que estar atentos para não repetir algo que não funciona para os mais novos”, disse.

Diante de técnicos, analistas e diretores do Sebrae – organizador do evento – Scholochauer afirmou que os robôs podem e vão substituir professores e formadores, mas nas atividades administrativas, abrindo espaço para a reinvenção desses profissionais. Para ele, as profissões do futuro surgem como ocorreram ante outras tecnologias, como as que substituíram telefonistas que acabaram migrando para outras atividades como a de recepcionistas. “Os robôs não vão roubar nosso emprego. Eles vão criar novos empregos”, disse.

Características como a curiosidade, iniciativa, persistência, capacidade de se adaptar e liderança devem ser o carro-chefe de educadores, segundo ele, e devem ser reforçadas dentro de uma nova lógica em que alunos não são tratados como simples aprendizes. “Temos que ter coragem de assumir que algo não funciona, e de entrar em um mundo corporativo e mudar”, afirmou.

Esta é a segunda edição do seminário batizado como Conhecer. O primeiro ocorreu em Belo Horizonte no ano passado. O objetivo do evento é reunir experiências e avaliações de especialistas sobre educação empreendedora no país, com palestras, debates e oficinas.

Fonte: Davi Oliveira e Carolina Gonçalves - Agência Brasil
Foto: Arquivo - Agência Brasil
Data: 15/08/2018
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