Segundo Barata, isso será possível porque os reservatórios fechará o ano em condições melhores do que as do ano passado e porque a oferta de energia aumentou, principalmente no Sul e também na Região Nordeste, com o crescimento da disponibilidade de energia eólica.
“Neste ano estamos terminando a estação seca em condições melhores do que em 2017. Houve aumento da geração [de energia] eólica na Região Nordeste, com ventos excepcionais, aliado ao aumento da oferta de energia das usinas do Rio Madeira. A geração adicional que nós temos em Belo Monte e na bacia do Rio Paraná nos dá conforto para termos um verão sem sobressalto”, disse o diretor do ONS.
Barata lembrou, porém, que a manutenção da bandeira verde (que significa energia mais barata para o consumidor) é uma atribuição da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Mas essa conjunção de fatores nos leva a crer que, pelo menos até janeiro, a bandeira tarifária não deverá mudar”.
Barata acrescentou que o Brasil terminará o ano com a situação dos reservatórios em melhores condições do que em 2017, principalmente em razão das condições climáticas favoráveis do ponto de vista hidrológico, favorecido pelas chuvas que ocorreram nestes últimos meses e pela previsão de que o país entrará agora em um período chuvoso, com previsão de média de precipitação melhor do que a do ano passado.
Os dados do ONS indicam que os reservatórios do Sudeste fecharão dezembro em 28,4% de sua capacidade, contra 22,5% do ano passado; o Sul com 63%, contra 57%; o Nordeste com 42,4%, contra 12,8%; e o Norte em 41,4% contra 23,3%.
Sobre a possibilidade de retomada do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de maneira mais acentuada com o início do novo governo e de melhora das expectativas para a economia, o diretor-geral do ONS disse que o país tem condições de suportar a expansão projetada para os próximos cinco anos pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
“Nós consideramos uma taxa média de crescimento do PIB de 2,7% até 2023 (2,3% em 2019, 2,7% em 2020, 2,8% em 2021/22 e 2,9% em 2023). E isso acaba proporcionando um crescimento da carga média [de energia] de 3,8% para o período”.
Luiz Barata ressaltou que, mesmo com a possibilidade de crescimento acima das estimativas da EPE, o país tem condições de suportar a expansão econômica em patamares superiores às projeções por, pelo menos, dois anos.
“Se ao invés de 2,2% em 2019 tivermos [um crescimento] 3%, teremos condições de atender. Obviamente, se isso se mantiver até o quinto ano, o meu plano de expansão [da oferta] não será este de 3,8% ao ano; terei que colocar mais usinas em operação, reforçando a expansão da oferta", afirmou o diretor-geral do ONS.
A demanda por energia no país deverá fechar o ano com expansão de 1,5%, ficando mais ou menos próximo ao fechamento projeto para o crescimento da economia, acrescentou.